"Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas." Charles Chaplin

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Vidas Portuguesas

João Domingos Bomtempo
Lisboa, 1771 - idem, 1842

Pianista e compositor português. Filho de um músico italiano, Francesco Saverio Buontempo, oboísta na Corte de Lisboa, e que vem a ser o seu primeiro professor de Música. Afirma-se como pianista e compositor em Paris, onde reside entre 1801 e 1810, tornando-se célebre em Londres, onde passa a viver a partir desta data, regressando a Lisboa em 1814, onde funda uma sociedade de concertos, visitando assiduamente Londres e Paris. Após a Revolução Liberal de 1820 fixa-se definitivamente em Lisboa, apesar das perseguições no período miguelista que o obrigam a viver refugiado no Consulado da Rússia durante cinco anos. Entretanto, em 1822, cria a Sociedade Filarmónica, com o objectivo de divulgar a música instrumental clássica, que dirige até à sua extinção seis anos mais tarde, por causa, primeiro, da Vila-Francada miguelista, que proibe os seus concertos e, depois, pelo golpe de Estado de D. Miguel, em 1828, que a leva à extinção. Restabelecido o poder dos liberais, em 1833, é nomeado professor de Música da rainha D. Maria II. Graças aos esforços de J. A. Rodrigues da Costa (1798-1870) é criado o Conservatório Nacional em 1835, do qual é nomeado director, cargo este que mantém até à morte.
Para além de pedagogo de relevo, destaca-se como pianista e torna-se um elevado compositor, mantendo ainda hoje um lugar de honra entre os compositores portugueses, particularmente como introdutor e criador das formas da música instrumental clássica, como a sonata, o concerto e a sinfonia, na peugada dos mestres da Escola de Viena: Haydn, Mozart e Beethoven.
Da sua obra há que destacar as Sonatas para piano, a Missa de Requiem (à Memória de Camões), que segue o texto litúrgico da Missa pro defunctis, a 2.ª Sinfonia, Variações «Alessandro in Éfeso», Fantasia e Variações sobre Uma Ária de Mozart, etc. A Secretaria de Estado da Cultura, na sua Biblioteca Básica Nacional, tem editado as suas obras.

Vale a pena ouvir... quanto a mim a 2ª Sinfonia é sem duvida Genial!!