"Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas." Charles Chaplin

sexta-feira, novembro 25, 2005

Era Ternura....

Era ternura o que queria dar-te
Brandamente
Com a certeza
De asa no espaço
De remo na agua
De passos na noite.

Era ternura que queria dar-te....
Esperavas mais...
Falaste-me em exclusivos
Definições
Coisas complexas de mais
Perdoa-me !
Apenas tenho ternura
Era ternura o que queria dar-te.


Miguel Torga.

terça-feira, novembro 22, 2005

Mulher...

Um lindo corpo de mulher tem tanta importância, como a ciência do mundo inteiro.

Almada Negreiros

segunda-feira, novembro 21, 2005

Acaso

Deus não joga aos dados
Albert Einstein

quinta-feira, novembro 17, 2005

32 anos depois!




















Na mesma cidade, Amsterdão, pai e filho separados por 32 anos...

Dar!

Há pessoas que vêem as coisas como elas são e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?'' e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?''
Bernard Shaw

Se o que temos em nós: os nossos sentimentos, a nossa força, a nossa alma; são o que de mais valioso possuimos, porquê guardar tudo isso e ocultar dos outros?
Porque não dar...!
Fred.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Salvem os Cágados!


Os cágados são animais importantissimos no nosso ecossistema. Eles comem quase tudo, mas são grandes apreciadores de larvas de mosquito, que como sabemos são uma praga para nós humanos.
O facto de serem anfibios, faz com que estes nossos pequenos amigos, possam andar de charco em charco, de rio em ribeiro, a eleminar colonias inteiras de larvas de mosquito!
O que muita gente não sabe é que um acto que muitos de nós practicamos irreflectidamente, está a matar milhares de cágados pelo mundo fora! Ao deitar beatas para o chão, muitas destas acabam em cursos de agua, quando não são deitadas directamente para eles, e para os nossos verdes amiguinhos, uma beata parece um belo naco de carne... engolem a beata inteira e acabam por morrer de forma dolorosa, pois esta não se desfaz e entope as vias aereas do bicho.
Lembre-se bem que ao atirar uma beata para o chão, pode estar a matar um pobre cágado!
Ass. Salvem o Cágado!!

domingo, novembro 13, 2005

Amizade

De todas as pessoas que conheci ao longo da minha complicada e sinuosa vida, e por mais lucido que estivesse, sempre achei,(lá no fundo) que nunca nenhuma delas tinha sentido dor como aquela que senti em certos momentos da minha vida. Achava-me por isso "um passo a frente de toda gente".
Á poucos dias reencontrei alguem que não via há muitos anos, e a quem a vida maltratou de uma forma bastante cruel, sem merecer nem um pouco. Os sentimentos que despertaram em mim, foram variados e que penso que qualquer pessoa sentiria nesta situação.
Tinhamos na altura uma forte amizade, e uma empatia muito grande, mas porque "assim aconteceu" os nossos caminhos tomaram rumos diferentes.
Quando uma serie de horriveis incidentes, aconteceram a essa pessoa eu não me encontrava lá; tudo porque tinha decidido seguir o meu egoista modo de vida da altura. Sei bem que nunca poderia ter feito nada para evitar seja o que fosse, nem a minha presença iria atenuar a dor fosse a quem fosse, mas simplesmente não estava lá, não estava perto de uma alma que achava tão proxima da minha...
Aprendi na vida, que muitas vezes a unica forma de remediar um erro é não voltar a faze-lo, e é o que vou tentar fazer desta vez!
Acho que nunca escrevi nada de tão pessoal e confuso neste blog, mas estava mesmo a precisar de desabafar isto!
E a ti... desculpa!

sábado, novembro 12, 2005

O Tejo é mais Belo

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

sábado, novembro 05, 2005

Ao verde!!

Andei a dar umas voltas por ai, a aproveitar estes frios dias de sol, que se seguiram ás primeiras chuvas do ano.
Curioso como tudo se passa... as ervas que vejo nascer, são fortes e cheias de vida! E pergunto a mim mesmo á quanto tempo estarão ali as sementes? Provavelmente á mais de um ano.
Endureceram, sofreram os rigores da seca, se tivessem sentimentos, provavelmente ja teriam perdido a esperança de algum dia serem "felizes".
Porém, bastaram umas boas chuvadas e uns fortes raios de sol para rasgarem a terra endurecida e devolverem á vida o que a elas foi confiada.
O ciclo está restabelecido, e mesmo que não chova mais durante um ano,
o bem já está feito...

quinta-feira, novembro 03, 2005

Definitivo

Definitivo
Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.


A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional....


Carlos Drummond Andrade