O Poema
Dentro de mim dorme um poeta
Capaz de exprimir minha alma toda.
Sinto-o vago como som ou vento
Embora já esculpido inteiro para sempre.
Sem estrofes, versos ou palavras.
Nem com sonhar ainda é.
Mera emoção dele, esfumado apenas
Bruma feliz em volta do pensar.
Dia e noite em meu mistério
Sonho-o, leio-o, de novo o soletro,
E sempre a fímbria das palavras me aborda
Como adejando sua vaga integridade.
Sei que nunca será escrito.
Nem sei, não sei sequer que é.
Mas a sonha-lo, sinto-me feliz,
E alegria, mesmo falsa, é alegria.
Fernando Pessoa in O Louco Rabequista
2 Comments:
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